Não
gosto de postar sobre temas polêmicos, mas como sou pastor na área da adoração
me sinto no "dever" de deixar meu pitaco sobre um fato recente
envolvendo um artista gospel muito famoso.
Acho
que devemos fazer uma diferença entre arte e ministério, pois enquanto
ministros e obreiros de Deus temos que ter um compromisso com a ética e com a
missão da igreja, não colocando preço em nossa obra, embora o obreiro seja
digno de seu salário.
Já
enquanto artistas, cada um trata de sua arte como quiser - e digo arte aqui
enquanto mercado, enquanto profissão.
Cada
um põe o seu preço em sua tarefa, serviço, mão de obra, produto, serviço ou
seja lá como quiser chamar, mas daí já não é Ministério é Business!
Respeito
quem quer viver de seu dom, assim como um advogado, médico ou pedreiro que
vivem de suas capacidades, mas não é ministério é subsistência.
Acho
que cada um põe o preço que quiser em sua mão de obra, pois o melhor mecânico é
sempre mais caro, o melhor médico o mais caro, o melhor advogado e o melhor
pedreiro sempre os mais inacessíveis, e cada um paga o quanto pode e para quem
pode, mas não é Ministério é carreira.
Eu
sei o que é Ministério, minha esposa sabe e meus filhos também.
Ministério
é renuncia, é desapego, é abrir mão, é sofrer calado, é vazio deste glamour
gospel e desta ribalta religiosa. Ministério não é o picadeiro que muitas
igrejas se tornaram.
Não
confundo ministério com "arte", respeito o artista gospel (se a arte
for boa), mas não o confundo com pastores e missionários que pagam o preço da
obra. Não confundo adorador com cantor!
Acho
que muitos destes artistas até trazem algo de positivo, não generalizo, mas são
apenas profissionais da cultura religiosa e têm seu valor, mas repito, não é
MINISTÉRIO!
Muitos
destes artistas querem pegar carona ministerial para angariarem credibilidade para
suas carreiras, isso se chama oportunismo e com certeza é repugnante. Muito do
que se faz em nome de Deus hoje é repugnante, e com certeza o Próprio não aprova
tais repugnâncias.
Muito
mais repugnante do que a postura mercantilista do cast gospel pegando carona no
ministério é o ministério pegando carona no mundinho gospel, pastores que
deveriam mentoriar a classe artística são os maiores fomentadores deste “mercado
ministerial”.
O
cantor está errado por cobrar horrores? E quem paga os horrores está certo?
Se
cobram é por que há quem pague, é o circulo vicioso da demanda, oferta e
consumo.
E
se não bastasse essa relação interesseira entre uns e outros, eles vão para as mídias
para envergonhar mais ainda a igreja, é daí mesmo que não vejo nem pastor e nem
adorador na jogada, o que vejo são “promoters” deste balanço mercantil da
música gospel com pouca habilidade administrativa e quem vem ao público para expor
suas confusões.
O
que esta situação tem a ver com a Igreja?
Não
deveria ter nada, o certo seria deixar este povo se estapeando publicamente à
caça de suas moedinhas, mas a questão é que usam o nome da Igreja, do Evangelho
e até o de Cristo para justiçarem-se diante de seu público (leia-se
consumidores).
Mas
o que fazer?
Primeiro
– vigiar para que não entremos nesta roda-morta e percamos de vez o referencial
de ministério e adoração, vigiar também para que alguns lobos não entrem no meio
do rebanho disseminando esta cultura.
Segundo
– orar para que Deus ache no meio de sua Igreja verdadeiros adoradores, orar
para que nós sejamos estes adoradores, orar para que o lobo da vaidade, que é a
grande vedete desta cultura, permaneça enjaulado dentro de nós e que não
venhamos querer cintilar mais do que o Rei, pois o brilho da glória pertence a
Jesus.
2 comentários:
É exatamente isso que vemos hoje!
É exatamente isso!
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