sexta-feira, agosto 09, 2013

SOBRE ADORAÇÃO E MERCADO

Não gosto de postar sobre temas polêmicos, mas como sou pastor na área da adoração me sinto no "dever" de deixar meu pitaco sobre um fato recente envolvendo um artista gospel muito famoso.
Acho que devemos fazer uma diferença entre arte e ministério, pois enquanto ministros e obreiros de Deus temos que ter um compromisso com a ética e com a missão da igreja, não colocando preço em nossa obra, embora o obreiro seja digno de seu salário.
Já enquanto artistas, cada um trata de sua arte como quiser - e digo arte aqui enquanto mercado, enquanto profissão.
Cada um põe o seu preço em sua tarefa, serviço, mão de obra, produto, serviço ou seja lá como quiser chamar, mas daí já não é Ministério é Business!
Respeito quem quer viver de seu dom, assim como um advogado, médico ou pedreiro que vivem de suas capacidades, mas não é ministério é subsistência.
Acho que cada um põe o preço que quiser em sua mão de obra, pois o melhor mecânico é sempre mais caro, o melhor médico o mais caro, o melhor advogado e o melhor pedreiro sempre os mais inacessíveis, e cada um paga o quanto pode e para quem pode, mas não é Ministério é carreira.
Eu sei o que é Ministério, minha esposa sabe e meus filhos também.
Ministério é renuncia, é desapego, é abrir mão, é sofrer calado, é vazio deste glamour gospel e desta ribalta religiosa. Ministério não é o picadeiro que muitas igrejas se tornaram.
Não confundo ministério com "arte", respeito o artista gospel (se a arte for boa), mas não o confundo com pastores e missionários que pagam o preço da obra. Não confundo adorador com cantor!
Acho que muitos destes artistas até trazem algo de positivo, não generalizo, mas são apenas profissionais da cultura religiosa e têm seu valor, mas repito, não é MINISTÉRIO!
Muitos destes artistas querem pegar carona ministerial para angariarem credibilidade para suas carreiras, isso se chama oportunismo e com certeza é repugnante. Muito do que se faz em nome de Deus hoje é repugnante, e com certeza o Próprio não aprova tais repugnâncias.
Muito mais repugnante do que a postura mercantilista do cast gospel pegando carona no ministério é o ministério pegando carona no mundinho gospel, pastores que deveriam mentoriar a classe artística são os maiores fomentadores deste “mercado ministerial”.
O cantor está errado por cobrar horrores? E quem paga os horrores está certo?
Se cobram é por que há quem pague, é o circulo vicioso da demanda, oferta e consumo.
E se não bastasse essa relação interesseira entre uns e outros, eles vão para as mídias para envergonhar mais ainda a igreja, é daí mesmo que não vejo nem pastor e nem adorador na jogada, o que vejo são “promoters” deste balanço mercantil da música gospel com pouca habilidade administrativa e quem vem ao público para expor suas confusões.
O que esta situação tem a ver com a Igreja?
Não deveria ter nada, o certo seria deixar este povo se estapeando publicamente à caça de suas moedinhas, mas a questão é que usam o nome da Igreja, do Evangelho e até o de Cristo para justiçarem-se diante de seu público (leia-se consumidores).
Mas o que fazer?
Primeiro – vigiar para que não entremos nesta roda-morta e percamos de vez o referencial de ministério e adoração, vigiar também para que alguns lobos não entrem no meio do rebanho disseminando esta cultura.

Segundo – orar para que Deus ache no meio de sua Igreja verdadeiros adoradores, orar para que nós sejamos estes adoradores, orar para que o lobo da vaidade, que é a grande vedete desta cultura, permaneça enjaulado dentro de nós e que não venhamos querer cintilar mais do que o Rei, pois o brilho da glória pertence a Jesus.

quinta-feira, julho 24, 2008

"Só Tu Tens as Palavras de Vida Eterna!"

Depois de um longo e tenebroso inverno sem computador e internet (por forças “maiores”), volto a postar aqui no nosso blog.
Em tempo: tendo um tempinho, poste seu comentário, inté!

“Só Tu tens as palavras de vida eterna!”
Estive em crise teológica-existencial-espiritual desde o começo deste ano, são muitas as mazelas do cristianismo contemporâneo e as barbaridades feitas em nome do Cristo e do evangelho, são bizarras, abomináveis, horrendas, terribilíssimas e aja superlativo pra tanto.
As práticas pouco ortodoxas da “igreja” tem sido a causa de muita confusão e dissenção e o que não falta é aproveitador, gente de baixo teor e baixo temor; baixo teor espiritual, teológico, intelectual e de experiência com Deus, e por isso mesmo sem nenhum temor ao Grande “Eu Sou” (Javé).
De um outro lado, esse movimento da “Fé Sem Escrupulos” tem gerado uma contracultura tão perigosa e danosa quanto. Um grupo de descontentes, de críticos e céticos liberais, ou pior, libertinos, que não se apegam a nada, tem até um discurso sobre a graça e sobre a liberdade em Cristo, mas também estão longe de Deus e longe da graça, são tão frios e céticos que matariam pela sua “fé” ou falta dela, suas palavras são acidas e sulfúricas, recheadas de amargura mas com cobertura teológica, são os catedráticos da amargura e do ceticismo.
Mas no meio dos aproveitadores e dos céticos existe também muita gente bem intencionada, gente de fé, gente simples que está apenas buscando a Deus e tentando conhece-lo.
Por um tempo estive amargo e cético como os catedráticos, afinal de contas a cristandade se tornou um circo de horrores, com teologias ridículas (prosperidade e suas filhas) e práticas anti-bíblicas e estranhíssimas, e ainda por cima confundidas com a Obra do Espírito Santo (unção de cachorro, unção disso e daquilo outro).
Fiquei doente na alma, chorei, sofri, clamei a Deus e pedi que me tirasse o amargor e que me desse uma palavra de direção.
Deus falou ao meu coração e me fez lembrar de Pedro e os apóstolos, após Jesus dar uma carraspana de “duras palavras”, o povo todo o deixou, Ele perguntou aos discípulos se eles também queriam ir, Pedro reconhece, que apesar das duras palavras, só Jesus tinha as palavras de vida eterna.
Palavras de vida eterna, palavras de esperança.
Que palavras são estas?
“Vai e não peques mais!”
“Nem eu tampouco te condeno!”
“Tua fé te curou!”
Tua fé te salvou!”
“Perdoados estão os teus pecados!”
“Quero, sê limpo!”
“Efatá!”
“Jamais vi fé igual!”
“Toma teu leito e anda!”
“Se creres verás a glória de Deus!”
“Lázaro sai para fora!”
“Talita cumi!”
“Pai perdoa-os, pois não sabem o que fazem!”
“Ainda hoje estarás comigo no paraíso!”
“Está consumado!”
Estas são algumas, entre muitas!
Lembrei então de uma verdade escondida sobre os escombros que a religião deixou em minha alma, a igreja ainda existe e ainda é o agente de Cristo na terra, e enquanto ele não vier de volta, nosso papel é anunciar a esperança, é trazer a salvação e a alegria de volta aos lares
Em um momento em que as pessoas não ouvirão falar de esperança nos telejornais, na internet e nem nas conversas informais, apenas terror, horror, morte, tragédias, crises, cabe a Igreja trazer a esperança de volta ao coração das pessoas.
Anunciemos pois as palavras do Cristo!
E que venha o teu reino!

quarta-feira, maio 28, 2008

A Árvore da Vida e a Árvore do Conhecimento

Gênesis 2:9, 16-17
9) - E o SENHOR Deus fez brotar da terra toda a árvore agradável à vista, e boa para comida; e a árvore da vida no meio do jardim, e a árvore do conhecimento do bem e do mal.
16) - E ordenou o SENHOR Deus ao homem, dizendo: De toda a árvore do jardim comerás livremente,
17) - Mas da árvore do conhecimento do bem e do mal, dela não comerás; porque no dia em que dela comeres, certamente morrerás.

Existem duas maneiras distintas de se conhecer a Deus.
Alguns o conhecem pela carne, outros o conhecem pelo Espírito.
Uns conhecem pela arvore da vida e outros pela árvore do conhecimento.
Quando Deus criou o homem, Ele o fez completo e pleno e colocou a sua disposição a arvore da vida, para que dela comesse e não adoecesse e morresse.
Havia duas naturezas no éden, a da vida e da verdade, que era para ser desfrutada e a do conhecimento, que era para ser evitada.
O homem preferiu o conhecimento, a informação, a sabedoria deste século.
Desde então, o homem tem dificuldades de entender as coisas em seu espírito, e uma facilidade e avidez para captar as coisas em sua mente, em sua alma.
Hoje, temos muito mais facilidade de conhecermos a Cristo em nossa mente, pela carne, do que em nosso espírito, pelo Espírito.
Necessitamos entender e sentir as coisas, e não conseguimos crer, embora a fé possa e deva ser racional, ela não depende da mente ou da alma (intelecto e emoções), ela é transcendental (vem de dentro e de fora).
Fé é Sobrenatural, a mente não pode entender o que não é de sua mesma natureza!

Duas Espiritualidades
II Coríntios 5:16-17
16) - Assim que daqui por diante a ninguém conhecemos segundo a carne, e, ainda que também tenhamos conhecido Cristo segundo a carne, contudo agora já não o conhecemos deste modo.
17) - Assim que, se alguém está em Cristo, nova criatura é; as coisas velhas já passaram; eis que tudo se fez novo.

Muitos conhecem a Cristo, mas apenas na carne, não no Espírito, o conhecimento que têm do Senhor, é apenas superficial, não tem a profundidade do Espírito Santo.
O que é deste mundo é apenas daqui e não pode conceber o que é Eterno, as coisas da eternidade só podem ser concebidas através da árvore da vida.
Vejamos alguns exemplos na palavra:

Maria Madalena
João 20:11-18
11) - E Maria estava chorando fora, junto ao sepulcro. Estando ela, pois, chorando, abaixou-se para o sepulcro.
12) - E viu dois anjos vestidos de branco, assentados onde jazera o corpo de Jesus, um à cabeceira e outro aos pés.
13) - E disseram-lhe eles: Mulher, por que choras? Ela lhes disse: Porque levaram o meu Senhor, e não sei onde o puseram.
14) - E, tendo dito isto, voltou-se para trás, e viu Jesus em pé, mas não sabia que era Jesus.
15) - Disse-lhe Jesus: Mulher, por que choras? Quem buscas? Ela, cuidando que era o hortelão, disse-lhe: Senhor, se tu o levaste, dize-me onde o puseste, e eu o levarei.
16) - Disse-lhe Jesus: Maria! Ela, voltando-se, disse-lhe: Raboni (que quer dizer, Mestre).
17) - Disse-lhe Jesus: Não me detenhas, porque ainda não subi para meu Pai, mas vai para meus irmãos, e dize-lhes que eu subo para meu Pai e vosso Pai, meu Deus e vosso Deus.
18) - Maria Madalena foi e anunciou aos discípulos que vira o Senhor, e que ele lhe dissera isto.

O Senhor passou por uma transformação (morte e ressurreição), era necessário que agora Maria passasse por uma transformação para reconhecê-lo.

Os Discípulos em Emaús
Lucas 24:13-16
13) - E eis que no mesmo dia iam dois deles para uma aldeia, que distava de Jerusalém sessenta estádios, cujo nome era Emaús.
14) - E iam falando entre si de tudo aquilo que havia sucedido.
15) - E aconteceu que, indo eles falando entre si, e fazendo perguntas um ao outro, o mesmo Jesus se aproximou, e ia com eles.
16) - Mas os olhos deles estavam como que fechados, para que o não conhecessem.

Jesus faz uma explanação das escrituras (24-27), eles compreendem, mas mesmo assim não reconhecem ao Senhor, ou seja, ensinamento é bem diferente de revelação.
Muitos são iniciados nas sagradas letras, são conhecedores das escrituras, mas não conhecem o Mestre, em semelhança dos fariseus, que conheciam as escrituras, a lei, Moisés e os profetas, mas não reconheceram ao cumprimento deles em Pessoa, Jesus Cristo.
O conhecimento interior é o verdadeiro conhecimento!

Os Sete Apóstolos
João 21:2-5
2) - Estavam juntos Simão Pedro, e Tomé, chamado Dídimo, e Natanael, que era de Caná da Galiléia, os filhos de Zebedeu, e outros dois dos seus discípulos.
3) - Disse-lhes Simão Pedro: Vou pescar. Dizem-lhe eles: Também nós vamos contigo. Foram, e subiram logo para o barco, e naquela noite nada apanharam.
4) - E, sendo já manhã, Jesus se apresentou na praia, mas os discípulos não conheceram que era Jesus.
5) - Disse-lhes, pois, Jesus: Filhos, tendes alguma coisa de comer? Responderam-lhe: Não.
Talvez com exceção de Tomé, os outros discípulos já haviam visto o Senhor pelo menos duas vezes depois da ressurreição e antes deste fato na beira do mar.
Tomé o havia visto na última aparição, imediatamente anterior ao fato aqui relatado, e tinha tocado com as próprias mãos no corpo do Senhor!
Por que mesmo assim ninguém o reconhece agora?

Cegos e Obscurecidos
II Coríntios 4:3-4
3) - Mas, se ainda o nosso evangelho está encoberto, é naqueles que se perdem que está encoberto,
4) - nos quais o deus deste século cegou os entendimentos dos incrédulos, para que lhes não resplandeça a luz do evangelho da glória de Cristo, o qual é a imagem de Deus.
As pessoas não deixam de enxergar por que querem, mas porque não conseguem!
Por que o entendimento delas está obscurecido, está velado, lacrado, bloqueado.
Por isso muitos têm o entendimento obscurecido.
Até mesmo alguns que acreditam ser crentes, e o são, em parte, mas são, pois só podem crer em parte naquilo que só conhecem em parte.
Para a iluminação, o conhecimento da arvore da vida se dar é necessário que se retire o véu, e o incrédulo não pode por ele mesmo retirar o véu, é necessário que Jesus faça a obra.

A 2ª Unção
Marcos 8:23-25
23) - E, tomando o cego pela mão, levou-o para fora da aldeia; e, cuspindo-lhe nos olhos, e impondo-lhe as mãos, perguntou-lhe se via alguma coisa.
24) - E, levantando ele os olhos, disse: Vejo os homens; pois os vejo como árvores que andam.
25) - Depois disto, tornou a pôr-lhe as mãos sobre os olhos, e fez olhar para cima: e ele ficou restaurado, e viu cada homem claramente.
A revelação é um processo, às vezes pode se dar imediatamente, instantaneamente, e às vezes pode levar algum tempo e requerer alguns procedimentos.
Muitos de nós precisamos de duas unções, dois milagres, de duas bênçãos, de dois toques do Senhor em nossas vidas.
Revelar é tirar o véu, é o ato de tirar alguém da escuridão, do obscurecimento.
Por que muitos precisam de mais de um toque e outros não, para que recebam a revelação?

É que por vezes existem mais que um véu a ser retirado.
Às vezes o véu da incredulidade foi tirado, mas ainda ficou o véu do pecado; às vezes o véu do pecado é retirado, mas fica o véu da religiosidade, que talvez seja o pior e mais denso dos véus.
O véu do pecado é muitas vezes fácil de ser identificado em nós.
A incredulidade é vencida pela fé.
Mas o véu da religiosidade é o mais pegajoso, pois o religioso acredita piamente que teve uma experiência com Jesus, vive no pecado, mas acredita ser santo; alem de que o religioso é uma pessoa de fé, ele crê, nas coisas erradas e sem fundamento, mas crê; ele crê na palavra, crê nos fundamentos, tudo através da ótica religiosa e do conhecimento do bem e do mal, mas não da árvore da vida.

Jesus disse:
João 14:6
6) - Disse-lhe Jesus: Eu sou o caminho, e a verdade e a vida; ninguém vem ao Pai, senão por mim.
A verdade este diretamente em Jesus, sem nenhum outro atravessador ou intermediário.
Note que Jesus é o caminho, ou seja, o meio, por onde; Ele também é a verdade, ou seja, o fim, o objeto de busca, o alvo; e finalmente Ele é a vida, o resultado de se andar neste caminho, de se buscar e viver a verdade absoluta que é Ele mesmo.

João 15:1
1) - EU sou a videira verdadeira, e meu Pai é o lavrador.
Jesus é a videira, é dele que vem o fruto da vida e não do conhecimento técnico e processual dele.
Quem quiser conhecer o Senhor através da arvore da vida, deve desfrutar do fruto da videira.
A arvore do conhecimento trouxe a morte, mas o fruto da videira verdadeira traz vida e vida com abundancia.
A ceia representa exatamente isso, comermos do fruto da vide e vivermos para sempre!
Devemos renunciar nossos meios de fé e religiosidade e abraçarmos a vida da videira verdadeira!

Que Venha o Teu Reino!